terça-feira, 15 de setembro de 2009

SIMÃO DIAS-SE

O PREFEITO DENISSON DEDA
FOI PICADO PELA MOSCA AZUL

PACHECO JÚNIOR(*)

O renomado escritor Frei Betto fez uma brilhante reflexão sobre o poder no livro A mosca azul. No artigo a mosca azul na revista Caros Amigos, Frei Betto expressou categoricamente: “Dê à pessoa uma fatia de poder e saberá quem de fato ela é. O poder, ao contrário do que se diz, não muda as pessoas. Faz com que se revelem. O poder sobe à cabeça quando já se encontrava destilado, em repouso, no coração. Como o álcool, embriaga e, por vezes, faz delirar, excita a agressividade, derruba escrúpulos. Uma vez investida da função ou cargo, a pessoa se crê superior e não admite que subalternos contrariem sua vontade, suas opiniões, suas idéias e seus caprichos”. Enfim, as ações administrativas pautadas nas velhas práticas das elites vêm demonstrando de forma inequívoca, que a picada da mosca azul inoculou o prefeito Denisson Deda com doses concentradas de ambição de poder, de autoritarismo, de prepotência e de vontade política de pisotear os professores da rede municipal de Simão Dias.
A cultura do poder é multifacetada. Portanto, faz-se necessário abordar mais uma reflexão crítica de Frei Betto que desvela as artimanhas do poder quando argumenta com muita propriedade: “Há pelego disfarçado de militante de esquerda. É quem se engaja visando, em primeiro lugar, à sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca, como prioridade, o interesse pessoal. E sente-se humilhado ao perder o poder ou parcela dele. Ora, o autêntico militante – como Jesus, Gandhi, Che Guevara – é um servidor, disposto a dar a vida para que outros tenham vida. Não se orgulha de estar no poder, nem perde a auto-estima ao retornar às bases. Não se confunde com a função que ocupa.”
Contextualizando o período da greve histórica, “os professores da rede municipal de Simão Dias denunciaram que a prefeitura anunciou em carros de som pela cidade que os alunos que não fossem para as aulas perderiam o direito ao benefício do Bolsa Família”. “É revoltante que uma administração use da ameaça para inibir um movimento democrático dos professores”, disse a professora Claudia Patrícia, da coordenação da sub-sede Centro Sul do SINTESE. “O que é isso, rapaz? Como os professores estão em greve, o prefeito ameaça alunos e tenta jogá-los contra os educadores. Que coisa feia! Ameaças e chantagens com a miséria do povo, com o Bolsa Família?” Disse o jornalista Cristian Góes.
Faz-se necessário questionar o prefeito Denisson Deda, ex-companheiro de luta sindical. Será que essa postura autoritária é coerente com o discurso de um novo paradigma administrativo? Será que essa prepotência é coerente com o discurso de uma gestão transformadora? Será que essa postura arrogante é coerente com o discurso de um projeto coletivo, inclusivo e democrático para os simãodienses? Realmente, é gritante a falta de coerência entre as palavras e os atos, as idéias e as práticas, o pensamento e a ação. O prefeito com sua retórica de vítima atacou o SINTESE e afirmou que vai entrar com uma ação judicial por danos morais contra o SINTESE. Meu caro prefeito! Será que é muita vontade de teatralizar? Ou será que o prefeito bebeu na fonte dos assessores aloprados do governo Marcelo Deda?
Excesso de estratégias discursivas em detrimento da prática é típico de pseudo-intelectual de miolo mole. Lamentavelmente, o secretário de educação, Marcelo Domingos, incorporou essa nefasta prática. Descaso, apatia e ausência de propostas, tem sido a marca do secretário de educação rumo à implantação do piso salarial. Qual a prioridade do secretário de educação? Criminalizar o SINTESE e desqualificar lideranças sindicais com sua retórica neoliberal.
Marcelo Domingos, desprovido de argumentos para contrapor os pontos-chave do artigo de Joel Almeida, presidente do SINTESE, afirmou com sua evasiva retórica que “Joel fala de coisas que desconhece!” Será que Joel fala de coisas que desconhece? “O SINTESE tem apresentado, ao prefeito e ao secretário de educação, diversas alternativas para superação de problemas encontrados na rede municipal de Simão Dias. Alternativas estas, elogiadas pelo secretario Marcelo Domingos, que cansado de elogiar as propostas e sem praticá-las, pois não há operacionalidade lá, resolveu escrever textos, longos, bem escritos, mas que parecem uma catarse de apatia, mesclados de teses e tons filosóficos e psicológicos de como culpabilizar as lideranças sindicais pelo fracasso, até então, da gestão”. A fala do companheiro Joel, desmistifica as contradições do secretário Marcelo Domingos.
Será que Joel fala de coisas que desconhece? “O principal argumento do prefeito é que o município de Simão Dias extrapolou o limite de gasto com folha de pagamento dos servidores. Mas de quais servidores o prefeito fala? Quanto eles recebem? Onde eles estão lotados? O que fazem? Por que os trabalhadores não têm acesso a essas folhas, já que elas sintetizam a causa de sua pena de morte?” Ex-companheiros de luta sindical! Por que essa cantilena hipócrita para não implantar o piso salarial?
Parabenizo a luta aguerrida dos companheiros e companheiras de Simão Dias rumo a implantação do piso salarial. Sempre lutaram e vão continuar lutando pela construção de uma escola pública de qualidade social, continuem firmes, porque as mudanças que se impuseram foram conquistadas com muita luta, organização e mobilização da classe trabalhadora.

Saudações Revolucionárias

___________________________________________________________________(*)PACHECO JÚNIOR É MILITANTE HISTÓRICO DO
SINTESE E DO PT E PROFESSOR DE HISTÓRIA NAS
REDES ESTADUAL E MUNICIPAL DE BOQUIM.

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